Foto: Elétrica (Érlon Péricles) Pirisca Grecco, Érlon Périclhes e Guilherme Goulart.
Créditos: Rogério Suman
Talvez um dos melhores festivais dos últimos tempos, com uma pluralidade musical e cultural acentuada, rico conteúdo poético, arrojo e bom gosto na elaboração e execução de melodias e arranjos e performance de palco dos intérpretes e músicos que beiraram o perfeito...Créditos: Rogério Suman
Esta fórmula presenteou com um excelente e competitivo evento, os amantes de música, adoradores de festivais e principalmente ao público presente no ginásio Caetano Tedesco que se fez presente em bom número nas três noites de Moenda.
Das 18 obras pré-classificadas, entre as mais de 700 inscritas na fase de triagem, apenas dez foram selecionadas para a grande final e irão compor o DVD e CD alusivo ao festival.
A obra "Em Paz" com letra e música de Duca Duarte abriu os trabalhos da grande final, Pirisca Grecco deu vazão a todo o sentimentalismo que a obra carregava em seus versos de caráter que busca no âmago do existencialismo, respostas para o personagem, o arranjo esteve na mesma frequência, e permitiu assim que Texo Cabral 'respirasse' o espírito da música em suas frases de flauta muito bem executadas, lhe credenciando o prêmio de melhor instrumentista do evento.
A segunda composição a se apresentar na final, foi "Violas do Sul do Brasil" com letra de Mário Tressoldi & Chico Saga e melodia de Mário Tressoldi. Com uma temática bem regionalista, um pano de fundo sertanejo, o grupo Chão de Areia, acompanhados de um plantel de dançarinos que atuaram em palco, entre sapateios e passos de dança, tocaram a fundo as emoções do público patrulhense que votou e garantiu à esta composição o prêmio de Melhor Música na Opinião do Público.
Depois vieram Geografia da Insônia e De Arrepiar a alma, a primeira defendida por Adriana Sperandir que levitou em palco dentro de um tema híbrido com dissonantes e um cenário um tanto abstrato, poeticamente falando; A obra possuí um casamento linear entre os versos de Jaime Vaz Brasil e a melodia e arranjo dos irmãos Cristian Sperandir & Adriano Sperandir.
Já, De Arrepiar a alma com letra de Paulo Righi, Carlos Omar V. Gomes & Guilhermo Conti e Melodia de Piero Ereno, assim como a sua antecessora em palco, cresceu muito na noite da final e a interpretação focada e texturizada de Juliana Spanevello transportou o público e o júri para dentro da inquietude e as constanstes fantasmagóricas e existencias que a obra aborda.
A quinta obra a subir a palco foi a irreverente Elétrica, com letra e melodia de Érlon Péricles, a composição trás em seus versos: "Elétrica, corrente que não pode se cortar, elétrica, não deixa essa milonga se apagar" e com os intérpretes Pirisca Grecco de gravata, camisa social, calça e guitarra semi-acústica caracterizado o 'rock' e Érlon Péricles, ao violão com sua pilcha 'campeira'.
Casamento de gêneros, guitarras e milonga, cultura sem rótulos...
essa foi a proposta da obra que teve uma execução eletrizante e credenciou a obra ao título máximo da 24ª Moenda da Canção, o primeiro lugar.
A sexta concorrente foi "A pedra que despencou" uma milonga bem regional, com arranjo de cordas e a interpretação de Robledo Martins, com letra de Diego Muller, Sérgio Sodré e Cristiano Barbosa e melodia de Robledo Martins & Maurício Lopes, foi a 'representante do camperismo' na final da Moenda.
A Lágrima do Palhaço, com letra de Babi Jaques e melodia de Thiago Lasserre, representava Recife e foi uma das inovações acertadas do júri em classificar para a finalíssima. defendida por Babi Jaques, com uma caracterização de vestuário condizente com o tema, retrô, que é marca registrada da banda, que encarna gangster's siscilianos.
A jovem Babi, de apenas 21 anos, pela primeira vez no Rio Grande do Sul, encarnou muito bem a temática da obra, que apresenta uma letra efusiva e penetrante, onde o palhaço é a metáfora do ser humano.
Este conjunto de fatores bem construídos por Babi & banda lhes credenciou dois prêmios: Melhor Intérprete para a Pernambucana e Melhor Visual de Palco para a obra.
Depois, foi a vez de Cabeça, uma composição densa, com letra complexa.
Esta obra com letra de Vinicius Brum e melodia de Tuny Brum que teve a interpretação do próprio Vinicius Brum, foi uma das composições que mais cresceu na grande final, Vinicius deu vazão ao canto e ao tema de uma forma sublime e magistral, e o resultado deste crescimento foi o prêmio de 2º Lugar e melhor letra para Cabeça.
A penúltima música a se apresentar foi "Moleque", um repente do carioca João Correia que com sua viola caipira e acompanhado do excentrico percussionista baiano Luck Brown trouxe uma manifestação social, de forma espontânea e divertida, levantando o público do ginásio Caetano Tedesco.
A última composição a subir a palco foi Escritos do Muro Flutuante, com letra de Jaime Vaz Brasil e melodia de João Bosco Ayala & Everson Maré e contou com a intrepretação de Robledo Martins;Com um plantel de músicos experientes: Carlitto Magallanes (Bandoneon), Guaraci Guimarães (Contra-Baixo Acústico), Mano Ayala (Percussão), Nilton Jr (Piano), João Bosco Ayala (Violão) e Everson Maré (Violão), a obra foi premiada com o Melhor Arranjo do Festival.
Confira a premiação completa da 24ª Moenda da Canção:
1º Lugar - Elétrica
Letra & Melodia: Érlon Péricles
Int.: Pirisca Grecco & Érlon Péricles
2º Lugar - Cabeça
Letra: Vinícius Brum / Melodia: Tuny Brum
Int.: Vinícius Brum
Melhor Música na Opinião do Público: Violas do Sul do Brasil
Letra: Mário Tressoldi & Chico Saga / Melodia: Mário Tressoldi
Int.: Grupo Chão de Areia
Melhor Visual de Palco: A Lágrima do Palhaço
Letra: Babi Jaques / Melodia: Thiago Lasserre
Int.: Babi Jaques & Os Siscilianos
Melhor Intérprete: Babi Jaques (em, A Lágrima do Palhaço)
Melhor instrumentista: Texo Cabral (flauta, na obra Em Paz)
Melhor Arranjo: coletivo - Escritos do Muro Flutuante
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