quinta-feira, 23 de setembro de 2010

10º SERRA, CAMPO E CANTIGA - VENCEDORES

Arison Martins defendendo Colheitas

O Festival Serra, Campo e Cantiga de Veranópolis, que ficou inerte por muito tempo e através do projeto "Recriar" da ACOFEM (Associação das Comissões Organizadores de Festivais de Música do Rio Grande do Sul) teve seu retorno assegurado para 2010, após ter sido adiado em duas oportunidades no primeiro semestre, finalmente ocorreu, no último final de semana ( de 9 a 11 de Setembro) trazendo a palco um excelente evento, que apesar da forte chuva, agregou um público consideravel e principalmente participativo.

Os shows: Quinta-Feira, César Oliveira & Rogério Melo, não chegaram a lotar o ginásio como costumam fazer, tendo em vista o tempo ruim e pouca divulgação, mas coom de costume ''levantaram poeira do chão'' com seu show pulsante e bem campeiro.Sexta-Feira foi a vez de duplo show: Jari Terres e Jairo "Lambari" Fernandes e por fim, Domingo, foi a vez do show do grupo Mulheres Pampeanas, carregado de sentimento e emoções, pois o grupo que é formado originalmente pelas cantoras Analise Severo, Talita Vargas, Juliana Spanevello e Mariane Acordi, foi apresentado somente com as tres primeiras, pois Mariane teve que retornar a sua terra natal de última hora, pois seu pai falecera enquanto ela rumava para a serra para o show no festival;
A nota triste do festival foi este lamentável fato...


Já no concurso, o festival contou com as seguintes obras na grande final:

1 - TEMPORAL
(Rodrigo Bauer / Ricardo Martins )
Int.: Ricardo Martins & Ângelo Franco

Uma chacarera bem ao ''estilo'' de Ricardo e Franco, com um tema campeiro, o pano de fundo trouxe um temporal se formando e um rural disparando campo afora pra não se enxarcar.No palco, Daniel Zanotelli na flauta, Clarissa Ferreira ao violino e Marcelo Pimentel nas percussões (que simuluou com maestria os efeitos do temporal) e o arranjo bem elaborado e executado, rendeu o prêmio de melhor arranjo para a obra.

2- ÚLTIMO LANCEIRO
(Heleno Cardeal / Lanes Cardeal)
Int.: Raineri Sphor

Obra que já havia concorrido no festival Canto da Lagoa de Encantado e teve na oportunidade a defesa do Grupo Status, ganhou uma roupagem diferente desta vez e logrou exito na classificação para a final do Serra.

3- DOS LUGARES QUE A ALMA ME LEVA
(Caine Garcia /Zulmar Benites)
Int.: Robledo Martins
Com um tema existencialista, uma leve harmonia e dinâmica que flutuou entre os excelentes arranjos vocais executados por Arison Martins, Emerson Martins, Tuny Brum e Zulmar Benites que ainda tiveram em palco o gaiteiro Elias Rezende e o baixista Luis Carlos Rannof; Robledo Martins teve uma ótima atuação e passou bem a mensagem da obra, credenciando a obra com os prêmios de Melhor Arranjo Vocal e Segundo Lugar do festival.

4- POR UMA SOMBRA NO POVO
(João Carlos Batista de Deus / Eduardo Munoz/ Ângelo Franco/João Bosco Ayala Rodrigues) Int.: Raineri Sphor
A obra que aborda um tema baseado em fatos reais, a história do cavalo que pereceu em pleno centro da capital gaúcha e teve sua carcaça foi devorada por um enxame de abelhas. Bela e efusiva interpretação de Sphor. A obra foi a segunda colocada do festival.

5 – CANOA VAI
(Duca Duarte & Cristiano Quevedo)
Int.: Ângelo Franco
Uma singela toada com arranjos vocais sensacionais e telúricos e uma bela interpretação de Ângelo Franco;A obra terna recebeu um calor humano do público batante expressivo.

6 – ÁGUAS DE SÃO MIGUEL
(Vaine Darde Carlos Catuípe)
Int.: Catuípe Júnior
Um Quicumbi com um arranjo enxuto, levando a palco o Catuípe Junior que defendeu a obra e tocou violão aço e mais um cajon e um violão nylon; A obra aborda a temática social das enchentes e as mazelas sociais que vem com esse desastre natural. Um tema pra cima e envolvente que mexeu com o público presente.

7 – DE VIDA E MATE
(Jorge Nicola Prado & Leonardo Diaz Morales)
Int.: Leonardo Diaz Morales

Uma chamarra bem à moda galponeira, canta as lides rurais com simplicidade e pinta um quadro fiel à cena campestre do sul do Brasil.

8- PUCHERO DA MORENA
(Airton Pimentel & Pedro Guerra)
Int.: Pedro Guerra & Samuel Negrinho

Uma vaneira moderna, com uma interpretação alegre e envolvente, balançou o público que recebeu muito bem esta composição.

9 – ANJO DA PAMPA
(Máximo Fortes & Penna Flores)
Int.: Flávio Hansen
Uma obra conservadora na estética, no texto e com uma proposta de arranjo tradicional, deu liberdade de atuação para o experiente e talentoso Flávio Hansen que com sua execução impecável, foi considerado pelo júri, o melhor intérprete do evento.

10 – TERRA MORTA
(Miro Saldanha)
Int.: Jean Kirchoff
Uma proposta pouco abordada em festivais nativistas, pela contemporaneidade que aborda: O aquecimento global; Um poema muito bem construído por Miro Saldanha que contou com uma execução igualmente forte, incisiva e emocionada de Jean Kirchoff.

11 – PÉ DE MATO
(Ivan Therra, Adriano Sperandir & Cristian Sperandir)
Int.: Adriana Sperandir

Certamente uma das composições que entra para os anais dos festivais de música regional gaúcha. A família Sperandir que transborda talento e competência, foi mais uma vez impecável na parceria de Ivan Therra que escreveu sobre a fábula do surgimento do Pé de Mato que cresce à janela de uma menina que cria laços afetivos com o pezinho de mato, e quando chega ás vésperas de o Pé fenecer, ele explica para a menina que sabia do poder do amor que ela exercia sobre ele e que seu legado fica com as flores, os perfumes, os pássaros, os seres vivos que dele se abastecerão. Uma linda metáfora que nos lembra que depois de o amor criar raízes, nem a morte destrói sua obra. Além de letra,melodia,arranjo e interpretação sensacionais, contou com um diferencial em palco, que foi a encenação de dois atores mirins, que representaram com maestria o pé de mato e a sua amiga. Com toda essa gama de construção poético-musical, Pé de Mato arrebatou: Melhor Letra, Melhor Melodia, Música Mais Popular e Primeiro Lugar, escrevendo assim seu nome na história musical do RS.

12 – COLHEITAS
(Thiago Suman, Guilherme Suman, Paulo Righi & Arison Martins)
Int.: Arison Martins

A obra versa sobre união, valores humanos, trabalho e sobre a incrível capacidade humana de sonhar. Com um belo arranjo instrumental e vocal e uma interpretação fiel e dedicada de Arison Martins, Colheitas encerrou a 10ª edição do Serra,Campo e Cantiga, aos aplausos do público presente.

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