Os shows: Quinta-Feira, César Oliveira & Rogério Melo, não chegaram a lotar o ginásio como costumam fazer, tendo em vista o tempo ruim e pouca divulgação, mas coom de costume ''levantaram poeira do chão'' com seu show pulsante e bem campeiro.Sexta-Feira foi a vez de duplo show: Jari Terres e Jairo "Lambari" Fernandes e por fim, Domingo, foi a vez do show do grupo Mulheres Pampeanas, carregado de sentimento e emoções, pois o grupo que é formado originalmente pelas cantoras Analise Severo, Talita Vargas, Juliana Spanevello e Mariane Acordi, foi apresentado somente com as tres primeiras, pois Mariane teve que retornar a sua terra natal de última hora, pois seu pai falecera enquanto ela rumava para a serra para o show no festival;
A nota triste do festival foi este lamentável fato...
Já no concurso, o festival contou com as seguintes obras na grande final:
1 - TEMPORAL
(Rodrigo Bauer / Ricardo Martins )
Int.: Ricardo Martins & Ângelo Franco
Uma chacarera bem ao ''estilo'' de Ricardo e Franco, com um tema campeiro, o pano de fundo trouxe um temporal se formando e um rural disparando campo afora pra não se enxarcar.No palco, Daniel Zanotelli na flauta, Clarissa Ferreira ao violino e Marcelo Pimentel nas percussões (que simuluou com maestria os efeitos do temporal) e o arranjo bem elaborado e executado, rendeu o prêmio de melhor arranjo para a obra.
2- ÚLTIMO LANCEIRO
(Heleno Cardeal / Lanes Cardeal)
Int.: Raineri Sphor
Obra que já havia concorrido no festival Canto da Lagoa de Encantado e teve na oportunidade a defesa do Grupo Status, ganhou uma roupagem diferente desta vez e logrou exito na classificação para a final do Serra.
3- DOS LUGARES QUE A ALMA ME LEVA
(Caine Garcia /Zulmar Benites)
Int.: Robledo Martins
Com um tema existencialista, uma leve harmonia e dinâmica que flutuou entre os excelentes arranjos vocais executados por Arison Martins, Emerson Martins, Tuny Brum e Zulmar Benites que ainda tiveram em palco o gaiteiro Elias Rezende e o baixista Luis Carlos Rannof; Robledo Martins teve uma ótima atuação e passou bem a mensagem da obra, credenciando a obra com os prêmios de Melhor Arranjo Vocal e Segundo Lugar do festival.
4- POR UMA SOMBRA NO POVO
(João Carlos Batista de Deus / Eduardo Munoz/ Ângelo Franco/João Bosco Ayala Rodrigues) Int.: Raineri Sphor
A obra que aborda um tema baseado em fatos reais, a história do cavalo que pereceu em pleno centro da capital gaúcha e teve sua carcaça foi devorada por um enxame de abelhas. Bela e efusiva interpretação de Sphor. A obra foi a segunda colocada do festival.
5 – CANOA VAI
(Duca Duarte & Cristiano Quevedo)
Int.: Ângelo Franco
Uma singela toada com arranjos vocais sensacionais e telúricos e uma bela interpretação de Ângelo Franco;A obra terna recebeu um calor humano do público batante expressivo.
6 – ÁGUAS DE SÃO MIGUEL
(Vaine Darde Carlos Catuípe)
Int.: Catuípe Júnior
Um Quicumbi com um arranjo enxuto, levando a palco o Catuípe Junior que defendeu a obra e tocou violão aço e mais um cajon e um violão nylon; A obra aborda a temática social das enchentes e as mazelas sociais que vem com esse desastre natural. Um tema pra cima e envolvente que mexeu com o público presente.
7 – DE VIDA E MATE
(Jorge Nicola Prado & Leonardo Diaz Morales)
Int.: Leonardo Diaz Morales
Uma chamarra bem à moda galponeira, canta as lides rurais com simplicidade e pinta um quadro fiel à cena campestre do sul do Brasil.
8- PUCHERO DA MORENA
(Airton Pimentel & Pedro Guerra)
Int.: Pedro Guerra & Samuel Negrinho
Uma vaneira moderna, com uma interpretação alegre e envolvente, balançou o público que recebeu muito bem esta composição.
9 – ANJO DA PAMPA
(Máximo Fortes & Penna Flores)
Int.: Flávio Hansen
Uma obra conservadora na estética, no texto e com uma proposta de arranjo tradicional, deu liberdade de atuação para o experiente e talentoso Flávio Hansen que com sua execução impecável, foi considerado pelo júri, o melhor intérprete do evento.
10 – TERRA MORTA
(Miro Saldanha)
Int.: Jean Kirchoff
Uma proposta pouco abordada em festivais nativistas, pela contemporaneidade que aborda: O aquecimento global; Um poema muito bem construído por Miro Saldanha que contou com uma execução igualmente forte, incisiva e emocionada de Jean Kirchoff.
11 – PÉ DE MATO
(Ivan Therra, Adriano Sperandir & Cristian Sperandir)
Int.: Adriana Sperandir
Certamente uma das composições que entra para os anais dos festivais de música regional gaúcha. A família Sperandir que transborda talento e competência, foi mais uma vez impecável na parceria de Ivan Therra que escreveu sobre a fábula do surgimento do Pé de Mato que cresce à janela de uma menina que cria laços afetivos com o pezinho de mato, e quando chega ás vésperas de o Pé fenecer, ele explica para a menina que sabia do poder do amor que ela exercia sobre ele e que seu legado fica com as flores, os perfumes, os pássaros, os seres vivos que dele se abastecerão. Uma linda metáfora que nos lembra que depois de o amor criar raízes, nem a morte destrói sua obra. Além de letra,melodia,arranjo e interpretação sensacionais, contou com um diferencial em palco, que foi a encenação de dois atores mirins, que representaram com maestria o pé de mato e a sua amiga. Com toda essa gama de construção poético-musical, Pé de Mato arrebatou: Melhor Letra, Melhor Melodia, Música Mais Popular e Primeiro Lugar, escrevendo assim seu nome na história musical do RS.
12 – COLHEITAS
(Thiago Suman, Guilherme Suman, Paulo Righi & Arison Martins)
Int.: Arison Martins
A obra versa sobre união, valores humanos, trabalho e sobre a incrível capacidade humana de sonhar. Com um belo arranjo instrumental e vocal e uma interpretação fiel e dedicada de Arison Martins, Colheitas encerrou a 10ª edição do Serra,Campo e Cantiga, aos aplausos do público presente.